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Trabalhadores gregos exigiram: Retirem a lei guilhotina

A maior mobilização grevista dos últimos anos foi efectuada em 04/Fevereiro/2016. Milhares de pessoas, trabalhadores, agricultores, auto-empregados e estudantes, encheram as ruas de todas as principais cidades do país, com a sua exigência central de retirada do projecto de lei do governo SYRIZA-ANEL para o sistema de segurança social

Esta lei foi caracterizada como "lei guilhotina", pois reduz pensões, aumenta as contribuições dos trabalhadores para a segurança social, reduz os gastos do estado no sistema público de saúde e bem-estar e aumenta a idade de reforma.

As manifestações da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), juntamente com as forças da aliança social do povo, tiveram um carácter de massa por todo o país. Os outros componentes desta aliança são: "Frente Militante de Todos os Agricultores" (PASY), a "Frente de Âmbito Nacional Anti-Monopolista" (PASEVE), as forças da Frente de Luta dos Estudantes (MAS), a Federação das Mulheres Gregas (OGE). Os agricultores com os seus tractores tomaram parte nas mobilizações grevistas dos trabalhadores em muitas cidades gregas, simbolizando a luta comum da classe trabalhadora com os agricultores médios e pobres.

Milhares de trabalhadores de todo o país combateram para defender a greve desde o princípio da manhã, do lado de fora de fábricas, lojas, serviços, portos, etc, contra o aparato de quebra greves dos patrões. A produção e os serviços foram paralisados por todo o país.

A manifestação do PAME em Atenas foi enorme. Ela passou frente ao Parlamento. Quando a cabeça da manifestação alcançou as Colunas do Zeus Olímpico, sua cauda ainda estava na Praça Omonia, enchendo todas as ruas centrais numa distância de mais de três quilómetros. Foi uma mobilização popular de massa, a qual segundo todas as estimativas era pelo menos quatro vezes maior do que outras manifestações organizadas pelas lideranças comprometidas do GSEE e federação ADEDY juntamente com sociais-democratas e grupos ultra-esquerda, bem como grupos dos chamados "anti-autoritários", os quais no fim empenharam-se em alguns incidentes de pequena escala com a polícia.

O orador do comício central do PAME foi G. Perros, membro do secretariado executivo do PAME, o qual atacou os planos do governo SYRIZA-ANEL, da UE e do grande capital, enfatizando que: "O big business não abandonará a perseguição dos seus interesses! Eles têm interesses imediatos e vitais no desmantelamento da Segurança Social. As medidas significam nova riqueza e o aumento da lucratividade para eles. Para nós, contudo, elas significam ainda maior miséria, pobreza, uma vida sem direitos, mínima saúde e cobertura da previdência!

Temos o poder para travá-los! Temos o poder para escalar a nossa luta, de modo a que eles se deparem face a face com uma muralha impenetrável criada pelo povo e uma frente sólida de luta que não será estancada".

Christos Pasoulas, membro do Secretariado Nacional do PASY e Valentin Pacho, vice secretário-geral da Federação Mundial de Sindicatos (WFTU) também discursaram no comício.

Declarações do SG do CC do KKE

O secretário-geral do comité central do KKE, Dimitris Koutsoumpas, compareceu ao comício do PAME em Atenas e fez a seguinte declaração:

"O grande êxito da greve geral, as grandes manifestações em todas as cidades do país, os bloqueios de estradas militantes dos agricultores, a participação de centenas de milhares de auto-empregados, cientistas profissionais, juventude e mulheres dos extractos populares enviam uma mensagem: Esta situação não pode continuar.

"O monstruoso projecto de lei que destrói o sistema de segurança social deve ser retirado imediatamente. As leis anti-trabalhadores e anti-povo devem ser abolidas. Nós escalamos e continuamos a luta até a vitória final. Com a unidade da classe trabalhadora, com os trabalhadores na linha da frente, com a aliança popular de todos os trabalhadores em todo sector. Com a orientação contra os monopólios que nos exploram, contra o sistema capitalista que arrastam ainda mais para baixo as vidas dos trabalhadores. Devemos tomar o assunto nas nossas próprias mãos".

Declaração do PAME

Na sua declaração após a greve, o PAME apela a lutas mais militantes, mais dinâmicas, com formas mais avançadas, por um aumento no número de mobilizações, com reuniões gerais nos lugares de trabalho, com paragens de trabalho, com greves sectoriais. Deve haver lutas em todo sector, todo sindicato deve tomar a decisão de uma nova greve ainda maior e de massa de modo que eles não ousarão trazer o projecto de lei ao Parlamento para ser votado.

A declaração enfatiza:

"A greve de hoje foi especial. Ela demonstrou claramente que sem o povo trabalhador nada funciona. Nenhuma fábrica, nenhuma lavoura, nenhuma loja, nenhum porto, comboio, nenhuma forma de transporte. Quando o povo trabalhador para a produção, o país paralisa!

"O grande êxito da greve de hoje, dos comícios maciços em todas as cidades, dos bloqueios militantes de estradas dos agricultores pobres por toda a Grécia, das ruas inundadas de povo, revela o potencial que hoje existe para bloquear o novo crime do Governo contra a Segurança Social, para avançar com novas exigências.

"A greve de hoje revelou a grande arma do povo: a aliança de trabalhadores, auto-empregados, agricultores pobres, mulheres e juventude. O êxito da greve geral de hoje mostra a fortaleza da aliança popular, quão importante e valiosa são sua formação e fortalecimento, com exigências e palavras de ordem que atinjam o coração daqueles que hoje se enriquecem a si próprios a nossas expensas, nossos exploradores, os monopólios, o grande patronato, a UE e seus governos [...]

"A classe trabalhadora e os estratos populares podem viver como merecem. Por esta razão não devemos nem um centímetro da nossa palavra de ordem "a lei guilhotina não deve passar", da exigência de que este monstruoso projecto de lei que desmantela e enterra a segurança social tem de ser retirado.

"O PAME apela a lutas mais militantes, mais poderosas, com formas mais avançadas! Podemos travar este crime!

"Eles devem sentir a nossa presença todos os dias, em todo local de trabalho, agência, escola, universidade, locais de aprendizagem, bairros, por toda a parte!

"Isto não é o fim!   Isto é só o começo!"

 



 

 

05.02.2016